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quarta-feira, fevereiro 06, 2019

HOMENAGEM FEST. JGE 2019 VIDEO


HOMENAGEM JGE - Luis Reis escreve sobre Sônia Bierbard

Sônia Bierbard
Por Luís Reis

Pediram-me para escrever sobre Sônia Bierbard. Aceitei de pronto, com muita alegria – e avisei logo: vai ser texto de fã. Só depois fiquei sabendo que eu teria apenas 20 linhas para compor esta apresentação. Mas só 20 linhas? Tudo bem, vamos lá. Afinal, nem mesmo em 200 linhas eu conseguiria resumir a grandeza e o brilho desta artista fascinante e deste ser humano extraordinário que é Sônia.
Portanto, nestas breves palavras, por economia de espaço, não poderei falar da Sônia professora, da Sônia publicitária, da Sônia profissional de relações públicas, da Sônia palestrante, da Sônia roteirista, da Sônia assessora de comunicação, da Sônia empreendedora cultural... Vou enfocar a Sônia artista, irradiadora de uma luminosidade rara, que espalha beleza e emoção pelos palcos em que pisa e pelas páginas que escreve.
Sim, sei que ela também enche de poesia todos os demais âmbitos de sua vida, mesmo quando realiza tarefas não diretamente ligadas à arte; mas o que deve ganhar destaque, aqui, é a Sônia Bierbard atriz e poeta, que há muito tempo encanta espectadores e leitores, com o seu talento, com a sua coragem, com a sua inteligência e com a sua sensibilidade, sempre traduzindo de maneira precisa e surpreendente as grandes questões humanas, as dores e as alegrias de viver.
Acompanho com muita atenção a carreira de Sônia, desde o início dos anos de 1980. No palco, o seu magnetismo a distingue, cativando rapidamente os espectadores. Seja como protagonista, seja como coadjuvante, a sua presença em cena é, a um só tempo, um deleite e um assombro. Sônia nos faz rir, Sônia nos faz chorar. E, invariavelmente, ela nos faz pensar, refletir. Sônia nos interpela. Não por acaso, esteve nos elencos de algumas das mais marcantes produções teatrais produzidas nesta terra nas últimas quatro décadas, trabalhando com alguns dos mais importantes encenadores do teatro recifense. Em sua bela trajetória no teatro, um projeto, concebido e executado por ela, merece especial menção: as diversas edições do Poesia ao vivo, criando espetáculos em que homenageia, de modo simples e tocante, os seus poetas mais admirados, ao passo que celebra o privilégio de viver na arte.
Como autora, Sônia Bierbard já publicou uma peça teatral e três coletâneas de poemas, uma delas voltada prioritariamente para as crianças. Em sua produção literária, assim como no teatro, ela se coloca por inteiro: com graça, com força e com sabedoria. Por isso, estou certo de que seguirá escrevendo livros, e que eles serão cada vez mais lidos e amados.
Sei que, a esta altura, as tais 20 linhas já se tornaram mais de 30, porém não posso terminar este texto sem dizer que considero este tributo a Sônia Bierbard um enorme acerto deste festival. Vejo esse gesto como uma sincera tentativa de agradecimento por toda a arte que essa paulistana, já tão profundamente recifense, nos tem dado desde que decidiu construir a sua vida e a sua carreira aqui em Pernambuco, invertendo o fluxo migratório que em geral leva nossos talentos para o famigerado eixo Rio-São Paulo. Bravo, Sônia! Aplausos fortes e emocionados para você. Hoje e sempre.

HOMENAGEM RECEBIDA NO FESTIVAL JGE 2019







POESIA AO VIVO NO FESTIVAL JGE 2019


Entrevista Revista Conecta

Sou uma eterna aprendiz, e a arte é meu jeito de existir." Em poucas palavras, isso é o que define e motiva Sônia Bierbard, umas das artistas homenageadas nesta 25ª edição do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos. Sônia Maria de Freitas Silva (nome civil), entre seus inúmeros papéis, também é servidora do Judiciário pernambucano há 10 anos, atuando como Relações Públicas da Assessoria de Cerimonial do TJPE.
 

Sônia bebê sentada no colo da mãe, Dona Bila
História
A paulistana, filha mais velha dos nordestinos Osiel e Bila, teve uma infância tranquila no subúrbio de São Paulo – cresceu na Rua Juazeiro do Norte, no Jardim Nordeste, brincando com as irmãs Solange, Sueli, Sandra e Silvia. Foi alfabetizada pela mãe, antes de mesmo de ir à escola, aos sete anos de idade, e aprendeu a gostar de poesia com o pai. Sônia só tinha o sonho de ser atriz. E hoje, são 42 anos de carreira dedicados, sobretudo ao teatro e à poesia.

Teatro


Sônia Bierbard durante a peça teatral Sra Bloom em 2006
Sua história com o teatro começou na adolescência, ainda de forma amadora, nas aulas de teatro na escola em São Paulo. Mas, profissionalmente, só quando veio morar em Recife, ela assinou seu primeiro contrato com a produtora Práxis Dramática, e estreou com o espetáculo Esta Noite se Improvisa, de Pirandello, com direção de Antônio Cadengue, em 1977.

Este foi o primeiro passo de uma longa caminhada. “Cheguei ao Recife sem muita experiência teatral e fui abraçada pela classe. Ainda bem que encontrei as pessoas certas e hoje vejo que todo meu empenho não foi em vão. Essa homenagem (Janeiro de Grandes Espetáculos) é um reconhecimento da classe teatral desse meu caminhar, desse meu amor à arte”, destaca Sônia Bierbard.
“Perdi a conta dos espetáculos teatrais que atuei, dos comerciais que gravei para a televisão e para o rádio. No cinema, participei de alguns filmes como atriz, também como preparadora de elenco e em outros como figurinista”, conta. Entre os principais trabalhos, Sônia cita os espetáculos: Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, direção de Antônio Cadengue (eleito melhor espetáculo dos últimos tempos em Portugal, no ano de 1994); Mamãe não pode saber, de João Falcão; O Fogo da Vida - uma parceria de Sônia Bierbard com Gustavo Falcão, que retratou a vida e a obra da escritora e psicóloga Lou Andreas-Salomé e do poeta Rainer Maria Rilke.


No Recife, a peça O fogo da vida foi encenada em 2008. Sônia Bierbard interpretou Lou Salomé

Poesia ao Vivo
Outro projeto de Sônia, O Poesia ao Vivo, existe há 19 anos, unindo suas duas paixões: o teatro e a poesia. Esse trabalho lhe rendeu muitos frutos, reconhecimento e a indicação como melhor atriz. O formato é inusitado: um monólogo seguido de uma entrevista com um convidado especial, cuja profissão é a sua paixão. “Foi a forma que encontrei para aproximar as pessoas da poesia e de vários universos num só momento, ao vivo, junto com a plateia. Assim, entrevistei astrólogo, capoeiristas, cantores, bonequeiro, bailarina, rabequeiro, maestro, artista plástico, escritores, entre outros profissionais, e consegui misturar esses universos poéticos”, comenta.

Janeiro de Grandes Espetáculos
No Festival Janeiro de Grandes Espetáculos, Sônia Bierbard vai apresentar o mais recente Poesia ao Vivo – Palavra de Mulher, no dia 18 de janeiro, às 20h, no Teatro Arraial. A apresentação conta com a adaptação de poesias de Maria do Carmo Barreto Campelo de Melo (que foi sua sogra), de Clarice Lispector e poesias de sua autoria, além de entrevista com a atriz e artista plástica, Suzana Costa (também homenageada no festival). Confira aqui a programação completa do evento.

Obras
Além de atriz, Sônia Bierbard é autora. Ela escreveu a peça teatral O Fogo da Vida em coautoria com Gustavo Falcão e os livros de poesia Secreto Escândalo; Uma janela Vital (premiado em concurso literário nacional em 1995); Linguagem Submersa; e Reino das Coisas sem Nome e Inexplicáveis, lançado em 2018 e voltado para o público infantil.
“Para escrever, eu não tenho a disciplina de criar diariamente. Movo-me por uma necessidade interior, algo que vem não sei de onde, nem quando, mas que me exige um movimento criador. Então, eu me debruço sobre esse sentimento, essa necessidade e deixo as palavras dançarem como quiserem”, explica Sônia sobre sua inspiração para escrever.

TJPE
No desempenho de suas atividades no TJPE, a artista entende que os papéis de Relações Públicas e de artista se complementam. “Ambas as funções buscam o aperfeiçoamento das relações humanas e a harmonia, usando de criatividade e dos canais de comunicação”, ressalta.


Sônia no Salão dos Passos Perdidos, um dos ambientes visitados no Projeto Portas Abertas do TJPE

No Tribunal, Sônia está à frente do Projeto Portas Abertas, uma ação da Assessoria de Cerimonial - com o apoio da SGP, da Ascom e da Presidência - que abre as portas da sede do Judiciário para a sociedade. Mais de 3 mil pessoas visitaram o prédio e conheceram sua história, seu acervo artístico e arquitetônico. O projeto também é realizado para os colaboradores internos e este ano terá novidades, a serem divulgadas em breve, pela Assessoria de Comunicação Sociald (Ascom/TJPE).

Legado
Por fim, quando questionada sobre o legado cultural que deixará ao público, Sônia Bierbard cita Rod Steiger: “o ator lembra às pessoas a poesia de se estar vivo”. E ela complementa com suas palavras: “O que nos leva de novo à poesia, onde tem vida e paixão, tem poesia e ela nos faz vibrar. Isso dá sentido à vida!”, conclui a artista e servidora do TJPE.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Sônia Bierbard, acesse o blog www.poesiaaovivo.blogspot.com ou o canal no YouTube Programa Poesia ao Vivo.
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Texto: Priscilla Marques | Ascom TJPE
Fotos 1 - Arquivo Pessoal
Fotos 2 e 3 - Divulgação
Foto 4: Assis Lima | Ascom